[Publicado inicialmente aqui]
O título parece assumir um poder, uma força merecedora da maior eloquência filosófica na abordagem à problemática. Aviso que defraudarei expectativas. Limitar-me-ei a constatar essa evidência categoricamente afirmada no título do post.
O facto, a evidência que habita, em surdina, o senso comum do mais comum dos cidadãos, é que as palavras “verdade” e “política” são antónimos. E porquê? Porque razão a política não se parece coadunar com a verdade, no entender dos cidadãos? A resposta é simples. Os políticos, pelas acções, pelos discursos, têm defraudado constantemente as expectativas da população. A “verdade” política serve uma agenda, é normalmente um engodo, um sofisma. Escondem-se os factos que rebatem determinada “verdade”, os partidos isolam-se em si próprios ao invés de dialogarem, honestamente, um projecto para o país, e cai-se nesse ciclo que é o “jogo” da política. A gravidade da situação, por se tornar senso comum que “eles não fazem nada” e que “são todos iguais”, é que esta ameaça caminhar numa direcção explosiva – uma total descrença no sistema democrático (já bem patente nos níveis de abstenção). Cabe à sociedade civil consciente e informada, mobilizar-se e pressionar por mudança. Está visto que os movimentos de cidadãos não resultaram. A mudança passará, portanto, pelos partidos políticos. Enquanto a sociedade civil capaz e dinamizadora, ainda a maioria silenciosa, não se aperceber que a solução está em aproximar-se dos partidos para os mudar e não em afastar-se e deixá-los decair nos seus vícios, esta situação de divórcio entre cidadãos e política dificilmente será invertida. Nunca haverão demasiados pessoas de Bem na política. A virtude está com o cidadão altruísta que faz da política, efectivamente, uma práctica para o bem comum.
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