Faz hoje 1472 anos que a construção da Hagia Sophia foi completa.
Mandada construir pelo Imperador Romano do Oriente, Justiniano, foi a maior catedral do mundo durante mais de mil anos, até à construção da catedral de Sevilha em 1520.
Quem entende, diz que esta veio mudar completamente a história da Arquitectura.
Durante séculos, foi considerada o centro, o símbolo da cristandade. A pobre e saqueada Roma, comparada com Constantinopla, era um parente pobre e distante, sem qualquer poder político durante os primeiros passos da era cristã no pós-queda do Império Romano do Ocidente.
Desde o seu nascimento, a "Santa Sabedoria" (Hagia Sophia) assistiu a quase todo o período crítico do processo que veio a definir a Europa.
Serva e Dona de um diminuído Império Romano até 1453, data em que este caiu para os Otomanos, testemunhou, do estreito do Bósforo, toda a maturação das nações europeias.
Enquanto o decadente império serviu, durante mais de mil anos, o vital propósito de "estancar" o avanço organizado do Islão, o ocidente dividido em reinos e feudos "bárbaros" ainda não cristianizados, foi-se consolidando e cristianizando durante estes primeiros séculos até culminar, em 814, no unido Reino (posterior Império) dos Francos do conhecido Carlos Magno (considerado pai da Europa).
A Hagia Sophia, no reduto dos costumes e identidade cristã que foi a parte oriental do Império Romano, foi símbolo sagrado e farol que inspirou a converter os novos povos "bárbaros" chegados à velha Europa e máximo expoente duma civilização cujos costumes e leis foram emulados por toda a Europa.
Esta catedral, permitam-me o romantismo, representa, melhor que nada e que ninguém, o encontro do mundo cristão com o islâmico, nessa história milenar que aproxima e separa estas duas civilizações filhas do mesmo Deus, mas reféns de diferentes profetas.
É por isto, e por muito mais, que achei indispensável assinalar a data.
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