Onde é que eu já vi este filme? É familiar? Carrega Benfica!
Alguém me explica o que vai na cabeça da malta do BCE? Apesar da situação actual vão por uma pomba no BCE..
Nos últimos dias tem-se assistido a uma hipotética "crise" governativa causada, ao que parece, pela Lei das Finanças Regionais.
O Governo PS, na sua extrema dramatização da questão, vem dizer que numa altura de contenção e de controlo de endividamento externo, permitir à Madeira subir o seu limite de endividamento seria um mau sinal para o mercado e para os organismos que observam Portugal: UE e agências de rating.
Ora bem, admitamos que a permissa é verdadeira. Que a razão deste "finca-pé" é, de facto, uma questão de princípio. Nesse caso, não seria expectável que, em nome da coerência de princípio, este mesmo Governo se esforçasse por conter a despesa e o endividamento noutras situações que agravam, exponencialmente mais, essa mesma despesa e endividamento externo?
Não seria expectável que, em nome da coerência da permissa que o Governo apresenta, se no continente se defende que se deve aumentar o endividamento (com TGV, Aeroporto, nova ponte sobre o Tejo e novas estradas) por este permitir um investimento imediato que, supostamente, reanimará o emprego e os índices económicos, a mesma premissa fosse defendida para as regiões autónomas?
Não falemos sequer da pseudo-credibilidade que um Governo como o nosso tem para falar do "despesismo" da Madeira. Será por acaso o Estado Português e os Governos que o lideraram nestes últimos 35 anos algum exemplo de boa gestão?
Portanto, ficando estabelecido que este irredutível princípio do Governo é incoerente com a sua linha geral de governação, importa descobrir então que motivação (porque a há sempre na política) estará oculta nesta linha estratégia radicalizada na ameaça de demissões e na insolência da promessa de não cumprir o deliberado pela Assembleia da República, órgão soberano representante do povo.
Temos duas hipóteses.
1 - Esta estratégia visa forçar um confronto radicalizado que pareça legitimar uma demissão do Governo por incapacidade governativa, um "abandonar o barco" e deixar o "pântano governativo" para outros. Algo que o PS já fez, pela mão de Guterres, com Sócrates a ministro - "Old habits die hard".
2- Esta estratégia visa forçar um confronto radicalizado que pareça legitimar uma demissão do Governo que, alegando impossibilidade de governar, peça maioria absoluta (terreno favorito) ao eleitorado, aproveitando de uma assentada a indecisão actual no PSD com a fuga ao desgaste que as próximas presidenciais farão a Sócrates onde, quer Cavaco, quer Alegre não lhe darão "palmadinhas nas costas".
Será lícito especular que o Governo liderado por José Sócrates fosse capaz de tal atitude aviltante?
Bom, para fazermos esta pergunta teríamos igualmente de nos questionar se este mesmo Governo e se este mesmo Primeiro Ministro seriam capazes de, por exemplo, mentir sobre o défice em época de eleições para, logo depois das eleições apresentar o seu verdadeiro valor.
Teríamos de nos questionar se seriam capazes de, por exemplo, engendrar desaparecimentos de programas e de jornalistas que sigam uma linha de crítica ao Governo.
Teríamos de nos questionar se seriam capazes de aceitar subornos para licenciar obras ignorando impactes ambientais.
Teríamos de nos questionar se seriam capazes de assinar projectos da autoria de outros técnicos.
Teríamos de nos questionar se seriam capazes de participar em processos ilegais de obtenção de habilitações académicas.
Teríamos de nos questionar se seriam capazes de mentir sobre as suas habilitações académicas.
Teríamos, enfim, de nos questionar se seriam capazes de alterar as leis do código de processo penal apenas para estas encaixarem que nem uma luva no processo "Casa Pia".
Teríamos de nos questionar, portanto, sobre muita coisa.
Ora, questionar é algo que o povo português, actualmente, parece não gostar muito.
Mais grave que isso, questionar é algo que o Governo, actualmente, parece não gostar muito.
Já não são sinais suficientes? Apesar disto tudo o PM e o Ministro das Finanças continuam determinados em levar as suas ideias avante... é isso mesmo! Vamos gloriosamente ao fundo! Em vez de cortar radicalmente nos gastos do estado o nosso governo decide atacar a credibilidade das agências de rating!
Carrega Benfica!!
Afinal já não há vitimização? Passaram de vitimas a fortes negociadores? Não percebo nada disto.
Continuo a adorar as declarações do género.. " o défice e a divida pública são a forma de responder a uma crise". Será que os Socialistas não sabem que existe um mercado de dívidas públicas? e que não convém nada haver desvarios mentais nas contas?
Apesar do Ministro Teixeira dos Santos ter admitido que errou nas contas do deficit, Sócrates lança mais uma pérola.. "o deficit aumentou porque nós decidimos aumentar o deficit".. enfim, visões diferentes.
Alguma mente iluminada me consegue explicar a razão de existência disto? Porque é que a meta são 3% e não 0%? Estas teorias do Sr. Keynes são demasiado complexas para mim...
A Irlanda gere um orçamento altamente deficitario, o FMI, as agencias de rating e a UE ameaçaram, por isso decidiram cortar salários dos funcionários publicos em 10%, cortar despesas correntes em mais de 20%, e um sem numero mais de medidas que permitiu que neste momento já não seja dos casos mais dramáticos da zona Euro.
A Grécia mentiu sobre as contas públicas (não soa tão tristemente familiar ?), teve um defice declarado superior a 12% em 2009, está à beira de mais um downgrade, e que vai fazer? Contratar um funcionario publico por cada 5 que saem, congelar salarios acima de 2000 eur e cortar 20% nos beneficios dos funcionarios publicos, cortar pensões dos que trabalham e recebem pensões em 70%, combater a corrupção, aumentar o IVA, cortar na despesa corrente e privatizar empresas publicas. Com isto, a pressão foi certamente menor.
A Roménia, a Hungria, a Letónia (todos países com intervenção directa do FMI) também reduziram despesa, despediram funcionários publicos e cortaram salarios dos mesmos.
Ainda bem que o que se discute em Portugal é por onde é que vai gastar mais ! Mais depressa vem o FMI e mais depressa somos geridos por gente competente!
Portugal está sob o olhar atento dos mercados internacionais. Não, os investidores não têm um odio particular por Portugal para estarem a declaradamente aumentar o prémio de risco da República. Mas os investidores sabem que Portugal têm um Estado social enorme, impostos do mais socialista - no sentido mais marxista possível do termo - que há por esse mundo, baixa produtividade, ainda menor competitividade, défice galopante e dívida externa descontrolada (e sem sequer se estar a pensar em controlar).
Por outras palavras, temos um estado social de ricos (qual país nórdico), gastamos como novos ricos (qual Brasil), endividamo-nos como se tivessemos país ricos (a Alemanha?), cobramos impostos como só o Estado importasse (qual império Romano..que é dele hoje?), trabalhamos e reclamamos como se todos nos devessem e ainda exigimos aumentos salariais, espante-se, como se produzissemos como máquinas (qual China...).
Ou seja, um filme de horror, agravado pela incompetencia socialista (e falta de cojones políticos também da oposição) para agir.
Ja sei, estamos à espera que ou a UE ou o FMI nos imponha as medidas dificeis, e assim os nossos brilhantes políticos possam escudar-se nesse brilhante argumento: "não fui eu! Foram os maus dos capitalistas e centralistas/federalistas!"
Mas não se iludam, por cada euro a mais de dívida (isto inclui, obviamente o défice) a nossa soberania foge a passos largos para Bruxelas... ou seja, para Berlim. E nem sequer consigo dizer que isso seja propriamente uma mau...ao ponto a que chegamos, precisamos mesmo é quem consiga gerir o País, e não eleger-se e manter tachos ou poder. Triste fado.
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