Do mesmo modo que o aquecimento global se torna cada vez mais preocupante, também a forma como o clima aqueceu na Cimeira de Copenhaga foi uma realidade preocupante. Na ordem de trabalhos não deixou de estar presente a sombra do colapso. Não bastou ter ficado bastante àquem das espctativas, o acordo selado em Copenhaga foi acompanhado por tensões, discórdias e imprevistos, com países a abandonarem a cimeira antes sequer desta ter terminado. Apesar das tentativas de esconder as frustrações por meio de declarações finais de optimismo, o clima de aquecimento não deixou de ser notório durante os 12 dias de conversações. Tão pouco, as declarações foram as mais felizes, quando o acordo que se tentava a todo o custo negociar, foi comparado ao holocausto numa tentativa de manifestação de desagrado por parte do presidente do grupo dos países mais pobres do mundo.
Para infelicidade de muitas almas, sempre bem intencionadas, o acordo do clima ficou muito longe do que se pretendia e do que o próprio Presidente Obama ambicionava. Mais uma vez o Presidente não conseguiu exibir a capacidade de liderança que ele próprio, os Europeus e até os Estados Unidos esperavam da sua imagem de unificador dos povos. E bem constrangedora se tornou a situação quando, na hora em que Obama combinara uma reunião privada com o primeiro-ministro chinês para tentar chegar a um acordo com aquele que é um dos países mais importantes no combate às emissões de carbono, este último já se encontrava reunido com os líderes da India, África do Sul e Brasil, sabe-se lá a falar de falar de quê.
No final, acabou por ser adoptado um texto legalmente não vinculativo. Ficaram-se por um tratado voluntário, através do qual os países por livre vontade se comprometem a fazer esforços no combate às alterações climáticas, sem metas definidas ou qualquer indicação de como alcançar o “ambicioso” objectivo de não deixar a temperatura global aumentar para lá dos 2ºC. Da mesma forma, não foi esclarecido como ou onde irão os países mais ricos buscar o dinheiro para compensar os países mais pobres na sua cruzada contra as alterações climáticas.
Em suma, desta cimeira pouco se conseguiu, mas (segundo Merkel e Sarkozy) “é melhor que nada”! Fica a questão: Irá alguma vez ser possivel alcançar um acordo climático enquanto as economias dos países do mundo andarem a diferentes velocidades? Por mais que nos preocupemos com o ambiente, não podemos esquecer que os países se movem em primeiro lugar pelo interesse nacional. Ficámos pelo menos esclarecidos de uma coisa - não é por mudar o presidente dos Estados Unidos que o problema das alterações climáticas vai ficar resolvido.
É interessante ver esta entrevista de Martim Cabral, na Sociedade das Nações, a Bjorn Lomborg. Nesta o "Ambientalista Céptico" dá-nos uma visão bastante racional sobre o histerismo e os histéricos á volta do aquecimento global.
http://sic.sapo.pt/online/video/informacao/Sociedade+das+Nacoes/2009/12/cimeira-de-copenhaga07-12-2009-12248.htm
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