Afinal para o Marinho Pinto já há diferenças....
Isto é tudo uma manobra de diversão. Por dois lados:
- um, porque falando destes casos mais polémicos, desvia-se a "conversa" dos assuntos realmente importantes para o país..
- outro, porque tirando da equação a adopção, acalmam-se algumas vozes mais "conservadoras". No entanto isto é feito de uma maneira programática, visto que, naturalmente, voltamos a uma lei descriminadora e por isso inconstitucional, excluindo os casais gays em relação aos homosexuais e até às uniões de facto gays da adopção, forçando assim o próximo passo que é a inclusão da adopção para todos os "casais". Mas feito desta maneira, os "monstros" premanecem adormecidos.
Teoria da conspiração? Talvez...
Mas revolta-me que a civilização so reconheça a evolução num sentido. Na tentativa de destruição e no constante ataque a tudo o que é basilar e de mais sagrado na sociedade, como são a vida humana e a família, apenas por puro egoísmo e por um desejo de desresponsabilização dos actos.
Também, porque, a palavra família está associada (mas não pertence) à religião, no nosso caso, católica, e há uns gatos pingados, que não suportando essa ideia, tentam tudo para ferir a Igreja, seja por onde for...
Vão ver que, com esta borrada aprovada, não mais de meia-dúzia de casais homosexuais se "casarão". A maior parte deles não quer... É tudo fogo de vista.
Concentremo-nos no que realmente define este país como um país de terceiro mundo, e apliquemo-nos nisso.
A minha opinião, sem tirar nem pôr, acerca do casamento entre pessoas do mesmo sexo, nas palavras de Lobo Xavier e, sim é possível, de Pacheco Pereira.
Prestar atenção a partir do minuto 40.
A argumentação socialista baseada na colagem literal ao seu programa na questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo – que os levou a recusar propostas de dois partidos nesse sentido há uns tempos e os fez aprovar o alargamento do "casamento" para os homossexuais sem a adopção – pode tornar-se num beco sem saída para o PS.
Vamos imaginar que a inconstitucionalidade da coisa fica provada. O que fará Sócrates? Inclui a adopção e legisla sobre uma situação para a qual – segundo a lógica socialista – não tem mandato para legislar? Ou volta atrás, fazendo aprovar um regime jurídico próprio para estes casos, deixando cair a proposta programática de “remover as barreiras jurídicas à realização do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo”?
Num caso como noutro, o argumento oco que os socialistas foram usando como fuga, será o mesmo que os vai fazer cair numa armadilha programática e jurídica criada por eles próprios.
É tão engraçado como o Governo se tem esforçado ao máximo por cumprir o seu programa eleitoral e por demonstrar a democraticidade da sua governação! Agora vem dizer que, se a lei que legaliza o casamento entre pessoas do mesmo sexo receber o chumbo do Tribunal Constitucional, essa lei passará a abranger a possibilidade de adopção por parte de casais homosexuais. Ou seja, depois de muitas críticas sobre a inconstitucionalidade daquilo que foi aprovado na AR na passada sexta-feira, o Governo finalmente caíu em si e parece estar a admitir que, efectivamente, aquilo que foi aprovado é mesmo um verdadeiro "aborto jurídico" e pouco ou nada tem de democrático - desde as discriminações dentro da própria lei, ao desprezo de mais de 90.000 assinaturas.
Só é pena que o Governo não se preocupe de igual modo em cumprir o seu programa quando se tratam de questões prioritárias como o combate ao desemprego, à divida pública ou ao endividamento externo. Mas lá está, neste caso mais vale não cumprir e atender às criticas. O problema é que teimosia e a cegueira do nosso Primeiro-Ministro impede-o de chegar à conclusão a que muita gente já chegou - que o programa de governo também ele é no seu todo um aborto.
Não será que tanto barulho feito à volta de se criar uma nova discriminação com a proibição de adoptar pelos casais gays não dá razão àqueles que dizem que o casamento tem uma dimensão procriativa da qual é indissociável? Dimensão essa que, por razões óbvias, não é possível num casal do mesmo sexo, levando a que esse casamento na verdade não exista?
É, portanto, ílegitima a posição do BE e do PC quanto ao casamento gay, já que admitiram, ainda que indirectamente, que o casamento apenas existe entre duas pessoas de sexo diferente, sendo também ilegítima a posição do PS, por criar a tal nova discriminação.
Não será esta falta de respeito por mais de 90.000 assinaturas, recolhidas em menos de um mês, um contra-senso, vinda daqueles que dizem advogar contra a "intolerância" e pela "igualdade"?
Por fim, será que esta tarde o deputado MIguel Vale de Almeida vai renunciar ao seu cargo, depois de ter feito a única coisa que se propunha e para a qual o PS apresentou a sua candidatura a esta legislatura? Será substituído por um activista da eutanásia, vegetariano ou da greenpeace para a próxima "causa fracturante"?
E com ela virá o mais que provável chumbo da petição assinada por 90000 pessoas da sociedade civil (essa que alguns políticos tanto dizem valorizar, mas que depois ignoram) que pede um referendo à questão sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Eu proponho duas coisas.
1º - Fazer nova petição. Desta vez, com 250000 assinaturas (um peso mais sedutor ao eleitoralismo dos partidos).
2º - Que o CDS, nas próximas eleições, faça constar do seu programa uma nova alteração à Lei. Se é contra agora, deverá manifestar sê-lo no futuro.
Alberto Gonçalves, no DN:
Para Jorge Miranda, esse homofóbico com reputação académica duvidosa, o casamento homossexual é anti-constitucional pois "a Constituição define o casamento como uma união heterossexual, pois um dos pressupostos é a filiação."
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