Ontem, no dia da criação deste Blog, comemoraram-se os 369 anos sobre a restauração da independência nacional relativamente a Espanha.
Nenhuma data podia ser, na minha opinião, melhor que esta para a criação de um novo blog, sobretudo devido às notórias semelhanças entre os problemas e desafios que se punham ao nosso país então e os que se põem hoje.
Em 1640, como hoje, o país ansiava pela liberdade. Na altura, liberdade contra o poder tirânico de uma potência estrangeira, contra o governo centralista de Madrid que ameaçava a autonomia garantida a Portugal aquando da unifiação das duas coroas, no reinado de Filipe II. Liberdade também contra uma política de impostos absurda, que sobrecarregava o nosso país.
Hoje a nossa luta é liberdade contra um estado cada vez mais estrangulador, contra uma burocratocracia e taxocracia, contra um estado que, duvidando da inteligência dos seus cidadãos, os impede de decidir pela sua cabeça nos mais variados assuntos, como sejam a educação e a saúde. Liberdade, também, mais uma vez, contrauma tentativa de centralizar cada vez mais a nação, secando todo o país, tornando-o num deserto que elimina tudo o que não pertence à capital e que, a prazo, acabará por começar a engolir também Lisboa.
Em 1640, como hoje, tinhamos um problema de soberania. Então estávamos ocupados por Espanha, as nossas províncias ultramarinas eram invadidas gradualmente pelas novas potências europeias.
Hoje a nossa soberania está em risco pelo crescente número de iberistas, pela força preocupante que assume Espanha e uns quantos ditadores terceiro-mundistas na nossa economia e nos centros de decisão política (p. exº, caso TVI), mas também pelo grave estado da nossa economia e pela fraca força que temos na Europa e nos mais variados centros de decisão do mundo.
Então, como hoje, a única solução para o país residia num golpe de estado. Um golpe de estado pela restauração da independência, para impedir o desmembramento do nosso Império ultramarino, para evitar que se descesse ainda mais fundo no poço, a um nível de onde era impossível voltar, um golpe que lembrasse aos nossos aliados que existíamos, e precisávamos do seu auxílio, ou, agora, para exigir competência na governação, para lembrar que a liberdade de imprensa deve ser respeitada, que nem as empresas devem interferir na política, nem, muito menos, a política nas empresas, que o excesso de impostos impede o avanço económico, para exigir uma boa diplomacia para que os nossos interesses sejam satisfeitos em Bruxelas, na CPLP, etc.
Foi por isso que, em 1640, um grupo de Conjurados reuniu-se para, sob o lema Nós somos livres, Nosso rei é livre, Nossas mãos nos libertaram, iniciaram a revolta por que todo o país ansiava. Hoje, reúne-se este novo grupo de conjurados para, uma vez mais, iniciar o Golpe de Estado que tirará o país da ruína. Isto é o que representa, para mim, este Golpe de Estado.
Resta-me, por fim, agradecer o convite que me foi feito para participar neste blog e dizer que espero que, após diversas incursões na blogosfera, a minha contribuição nesta casa não seja em vão e, finalmente, consiga empenhar-me seriamente num blog, escrevendo com um mínimo de assiduidade, para que este golpe se cumpra.
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