A custo, vou tentando perceber a razoabilidade do referendo suíço sobre os minaretes e, mais ainda, o seu resultado. Referendar um pormenor que não passa disso mesmo e, como consequência, proibir a construção de algo que outra função não tem que não seja meramente simbólica, parece brincar com o fogo com uma enorme vontade de se queimar.
É que a tolerância religiosa, tida hoje como uma marca civilizacional de elevada importância, não está livre de sofrer nuances na sua aplicação. Se é certo que todas as religiões são dignas de um tratamento baseado na tolerância e abertura por parte de todos, não é verdade que todas as religiões mereçam o mesmo grau de confiança. O islamismo, certamente, merece um olhar atento e desconfiado. Não é à toa que a maior parte das notícias que nos chegam sobre problemas relacionados, directa ou indirectamente, com religião, estejam ligadas ao Islão.
Com recurso a um mínimo de bom senso, toda a gente percebe que os minaretes não representam qualquer espécie de ameaça. Proibi-los, mais não faz do que dar motivos para as virgens lá do oriente se sentirem ofendidas a troco de coisa nenhuma – embora já tenha visto algumas ofendidas por menos – e esvaziar um pouco da credibilidade que a postura vigilante em relação ao Islão merece.
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