Sexta-feira, 15 de Janeiro de 2010
Sempre achei piada a Ministros com queda para gaffes!!!!
De Joaquim Amado Lopes a 16 de Janeiro de 2010 às 13:55
Contextualizando as palavras e não sendo "mauzinho", percebe-se o que o Mário Lino... perdão, o António Mendonça quis dizer. Que, com o TGV, os madrilenos passarão a poder vir a Lisboa como quem "vai à praia" e que isso trará mais espanhóis a Lisboa e, portanto, mais dinheiro e negócios para Portugal.
Nesse aspecto até tem razão. Mas, tal como o "outro" se esqueceu dos hospitais, das escolas, das empresas e das pessoas a Sul do Tejo, "este" esquece-se de tudo o que lhe dá jeito esquecer. E é muito o que precisa de "esquecer".
Esquece-se que, por muitos espanhóis que "venham à praia", a exploração do TGV será sempre deficitária.
Que quem vai à praia abastece-se em casa e, na praia, só compra uns gelados e umas bolas de berlim.
Que quem passa a ir à praia onde costumava passar férias deixa de lá pernoitar.
Que será quase tão fácil aos lisboetas irem a Madrid como os madrilenos virem a Lisboa, o que quer dizer que também vai sair dinheiro. (o "quase" tem a ver com os respectivos níveis de vida)
Que, com as telecomunicações cada vez mais versáteis e baratas, mesmo as empresas que fazem negócio na praia necessitam cada vez menos de lá ter representação física. E que quanto mais rápidos, cómodos e baratos forem os transportes, ainda menor é essa necessidade.
Que o "projectado" aumento brutal do trânsito entre Lisboa e Madrid (para todos os tipos de transporte) implica num aumento brutal do consumo de energia que, até ser descoberta uma fonte de energia absolutamente revolucionária, só poderá ser suportado pelo nuclear. Ou pelas importações.
Mas devemos ter alguma paciência para com este Ministro. Afinal, na defesa de uma decisão que é estupidez em estado puro, estavam à espera de quê? Argumentos inteligentes?
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