Não será que tanto barulho feito à volta de se criar uma nova discriminação com a proibição de adoptar pelos casais gays não dá razão àqueles que dizem que o casamento tem uma dimensão procriativa da qual é indissociável? Dimensão essa que, por razões óbvias, não é possível num casal do mesmo sexo, levando a que esse casamento na verdade não exista?
É, portanto, ílegitima a posição do BE e do PC quanto ao casamento gay, já que admitiram, ainda que indirectamente, que o casamento apenas existe entre duas pessoas de sexo diferente, sendo também ilegítima a posição do PS, por criar a tal nova discriminação.
Não será esta falta de respeito por mais de 90.000 assinaturas, recolhidas em menos de um mês, um contra-senso, vinda daqueles que dizem advogar contra a "intolerância" e pela "igualdade"?
Por fim, será que esta tarde o deputado MIguel Vale de Almeida vai renunciar ao seu cargo, depois de ter feito a única coisa que se propunha e para a qual o PS apresentou a sua candidatura a esta legislatura? Será substituído por um activista da eutanásia, vegetariano ou da greenpeace para a próxima "causa fracturante"?
ser-se contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo não implica ser-se radical.
é tudo uma questão de proporcionalidade: à política séria responde-se com mais política séria, ao radicalismo com radicalismo.
além disso, no meu post só vejo radicalismo no último parágrafo, o que demonstra uma grande benovolência face aos alvos desse radicalismo. o resto é lógica pura e se tiver alguma objecção a pôr tem esta caixa de comentários ao seu dispor.
Referia-me exactamente ao ultimo paragrafo.
O que eu espero, a nível nacional, é que arrumada a questão se passe ao combate à crise. Perdemos todos demasiado tempo com uma questão que se resolveu num dia.
Calma... Ainda não terminou!
Vejamos o que falta:
1) Constitucionalidade da Proposta de Lei.
2) Promulgação de Cavaco Silva.
3) A continuação da insistência do referendo por parte da plataforma Casamento e Cidadania.
A minha opinião em relação a estes pontos:
1) Penso que a lei é inconstitucional! Mas não sendo especialista no assunto, admito o contrário.
2) Espero que Cavaco Silva vete a lei e que "exija" a realização de um referendo e que a Assembleia da República não ignore as 90 mil assinaturas (que poderiam ser 200 mil). Sinceramente estou muito curioso em relação à decisão de Cavaco Silva. Qualquer decisão será uma surpresa.
3) Concordo que devam insistir com o referendo e arranjar o máximo número de assinaturas de modo a sensibilizar cada vez mais os portugueses e consequentemente os deputados para esta causa tão relevante e que envolve a utilização de um dos melhores instrumentos da democracia: o referendo!
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