A ideia de baixar impostos, reduzir a despesa pública ou libertar a economia do peso do estado nunca se afiguram, para o poder político, como boas soluções para uma animação económica. Em vez disso, recorre-se a outras iniciativas como o apelo às obras públicas. Mas se a obra pública é algo que emana da necessidade inequívoca em relação a determinada estrutura, por parte da maioria dos contribuintes – que a pagam –, então justificar a sua construção com a necessidade de criação de emprego, por exemplo, é subverter a ideia de partida. Normalmente, a desculpa da criação de emprego aparece para esconder a duvidosa utilidade da construção de determinado empreendimento.
Mais do que isso, acreditar que os empregos criados pelas obras públicas representam um aumento linear no número de pessoas empregadas é falsa. O dinheiro dos contribuintes gasto para criar um emprego no âmbito das obras públicas, é dinheiro que deixa de ser utilizado para gerar emprego noutra área qualquer. Bastiat explica isso muito bem.
Vem isto a respeito de uma pequena discussão “tuiteira”, onde o Carlos Santos fazia a apologia do investimento público como forma de os governos criarem emprego. Esse tal princípio muito em voga de que a obra pública, bem como a intervenção do Estado sob outras formas, é boa para a criação de emprego, acaba por ser disseminada pela totalidade das forças políticas quando recorrentemente colocam o ónus do aumento ou diminuição do emprego directamente do lado do Estado. Assim, quando a oposição acusa o governo de ser o culpado da alta taxa de desemprego e o governo promete criar um determinado número de empregos, a ideia de que o Estado é um dos principais motores da criação de emprego ganha força. Legitimam-se, dessa forma, as obras públicas como prática não só aceitável como inevitável, em vez de se lembrar que o dever do Estado não é ser um agente activo, mas antes tornar-se passivo, dando mais liberdade de movimentos às empresas, elas sim, parte importante quando se trata de impulsionar a economia.
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Recuperado e adaptado daqui.
Esta política do governo socialista numa altura de crise como a que se vislumbra, faz lembrar as políticas dos grandes ditadores fascistas que optavam por investir em grandes obras públicas (e monumentos) para glorificar o seu poder e criar emprego no curto prazo, sendo assim vistos pelo povo como heróis nacionais.
Parece que os governos ainda não entenderam que o problema do Estado ser o principal motor da criação de emprego, está no aumento da dependência da sociedade face ao Estado, o que impede por sua vez, o desenvolvimento de uma sociedade civil forte, empreendedora e auto-suficiente geradora de riqueza. Este foi sempre, por poucas palavras, uma das razões do atraso de Portugal.
Se os estado pode salvar administrações de bancos com biliões, porque não há-de investir na economia real? O que dizia Bastiat a este respeito?
O estado não devia ter metido a mão nos bancos. Esta opinião não é do Bastiat, é minha. Serve?
Eu prezo muito a tua opinião, mas já agora gostava de saber o que dizia o Bastiat quando as regras só se aplicam quando se trata dos pequeninos...
O princípio é exactamente o mesmo. Ler Bastiat é capaz de ser uma boa forma para saber o que ele pensa... ;)
Talvez, mas isso não impede que cada um tenha a sua interpretação, quase sempre a que mais lhe convém... mas é uma boa sugestão.
De António Vieira Carvalho a 23 de Dezembro de 2009 às 16:13
Parece-me óbvio que as obras públicas não tenham qualquer influência no desemprego... 2 ou 3 pessoas fazem um aeroporto e linhas de TGV em meia duzia de dias...
Há quase 550 mil desempregados em Portugal. Se 1% destes conseguir emprego com TGV's e aeroportos, é muito. E a esmagadora maioria dos postos de trabalho terá um carácter meramente temporário.
De António Vieira Carvalho a 23 de Dezembro de 2009 às 20:28
Pois claro... Simplesmente recomendo que note a importância do sector da construção na economia portuguesa que, na opinião do Tiago, não deve ser nenhuma...
Sempre foi evidente e reconhecido que o sector da construção é o principal dinamizador da economia...
Se calhar tem a mesma opinião de alguns que dizem que as obras são para dar empregos aos ucranianos e senegaleses...
No que respeita às obras públicas, o que digo é que o emprego gerado é temporário. O que restar dele é um valor demasiado residual para ser tido em conta. Seja para ucranianos, senegaleses ou portugueses...
Concordo plenamente!
Muito bom post, Tiago! Parabéns!
Agora passado um ano, tenho de reconhecer que tinham toda a razao.
Pedro
De
CanalTuga a 1 de Dezembro de 2010 às 23:39
Concordo plenamente!
Acho que foi tudo dito e explicado de uma maneira exemplar .Parabens
De Anderson a 20 de Fevereiro de 2021 às 23:52
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