LegÍtimas ou não...isto é o que dá negociatas! Por mim...ainda bem que as sondagens dão o que dão!
Mais uma vez, José Sócrates não esclarece o país acerca do seu envolvimento no processo Face Oculta. Recorreu à sua técnica habitual de vitimização como já, anteriormente, demonstrou quando se suscitaram dúvidas sobre a sua “licenciatura” em engenharia, deu a sua versão dos factos que é completamente diversa da realidade e ainda teve a lata de ameaçar.
Não percebo como é que um sujeito como ele ainda continua no governo e não percebo como é que ainda há pessoas que acreditam nele!!!
Ontem foi a Manifestação pelo Casamento e pela Familia a favor do referendo ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Depois vai-se ver bem as fotos, e a questão surge...mas querem um referendo ou querem fazer "gay bashing"????
Não me espanta que José Sócrates assuma até ao fim esta faceta de liderança. A necessidade de dar um murro na mesa, a quem em momentos de fragilidade nos tira o tapete, é um instinto tão natural para quem sabe que as opções se estão a esgotar e que as evidências começam a gritar para lá do que é suficientemente perceptível. Por isso, faz todo o sentido que este orgulho impeça aquilo que normalmente seria de esperar no nosso habitué cenário político: uma desistência.
Objectivamente, o simples facto de existirem indícios de condutas éticas dúbias, denunciadas e perfeitamente contextualizadas por vozes reconhecidas sobre o chefe do governo, seria material moral mais do que suficiente para o próprio tomar a iniciativa de uma defesa da honra elementar. Mas José Sócrates, orgulhoso, não vai fazer nada disso. Temos muito azar.
Quem lê o Sol de hoje pode achar-se vítima de ataque de diversos sentimentos: indignação, vergonha, frustração, irritação... Mas, tal como ontem afirmou Lobo Xavier na Quadratura do Círculo, surpresa não é coisa que afecte quem lê aquelas sete páginas e tenha a mínima noção da realidade do país em que vive. Compadrios, influências, manobras, manipulação, enfim, a mão gorda de quem manda e acha que tudo pode - a mão imunda de um estado que nunca mais acaba e que em tudo marca presença – constantemente em acção manchando a decência e a dignidade da nossa democracia e, acima de tudo, compromentendo a nossa liberdade.
Quando li que Aguiar-Branco vai mesmo candidatar-se à Presidência do PSD, várias perguntas surgiram na minha cabeça.
Terá Aguiar-Branco a noção que, provavelmente, está a entregar as directas a Passos Coelhos?
Será esta candidatura de Aguiar-Branco, de divisão de um eleitorado que disputa com Rangel, de propósito pela "deslealdade" do eurodeputado com o anúncio de candidatura sem o avisar?
Quererá de facto Aguiar-Branco prejudicar Rangel na corrida?
Este PSD...
Estou calmo e sereno…
José Carlos Ferreira
Correspondendo ao repto e ao desejo do senhor Presidente da República, posso garantir ao país que estou calmo e sereno. Mas, há coisas que se estão a passar que me deixam completamente chateado.
Não me refiro directamente à Lei das Finanças Regionais. Essa foi mais uma birra das várias a que o Governo nos tem habituado.
O que me chateia verdadeiramente são os dez milhões de euros que o Governo atribuiu à Comissão para as Comemorações do Centenário da República. Quer dizer, para umas coisas, o país está mal, é preciso congelar salários, algumas obras não podem ir para a frente e não se pode dar mais 50 milhões à Madeira para corrigir uma injustiça do tempo de Guterres. Mas para outras, é o verdadeiro regabofe.
Na abertura oficial das comemorações ouvi o presidente da comissão dizer que vamos ter ao longo deste ano cerca de 500 eventos para celebrar o centenário da República. Se fizermos uma divisão linear dos dez milhões de euros pelos 500 eventos, chegamos à conclusão que cada um custa cerca de 200 mil euros.
Eu não sei que tipo de eventos vão ser. Para já só ouvi falar numas exposições. A custarem 200 mil euros, devem ser muito interessantes, isto tendo em conta que há por aí uns museus que apresentam ao público mostras de grande interesse e que são muito mais baratas.
Ora, em tempo de crise, não se pode, na minha opinião, dar mostras à União Europeia que somos uns foliões, onde, se é para festejar, não falta dinheiro.
Devia haver mais exemplos no país como a tomada de atitude da Câmara da Vidigueira. O presidente decidiu reduzir o seu salário e o dos seus vereadores, aumentando em 80 euros os salários mais baixos dos trabalhadores da autarquia. O senhor presidente da Câmara da Vidigueira ainda desafiou os seus colegas, os membros do Governo, os deputados e o Presidente da República a seguirem-lhe o exemplo, mas… assobiaram todos para o lado… É claro que eu estou calmo e sereno, mas bastante chateado…
(Publicado no Diário do Minho do dia 08.02.2010)
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