Por cada novo blogue que nasce, mil promessas de mil virtudes nascem com ele. Ânimo enorme e muitas boas intenções. Mas por vezes - e diz quem sabe, por força da experiência em coisas destas - o ânimo é profundamente passageiro e as boas intenções vão parar onde o dito popular as coloca frequentemente. Por vezes, mil pessoas reduzem-se a dez, votadas a uma solidão tristonha.
Mas neste Golpe de Estado que, como qualquer outro, só se fará com a força de uma multidão, aqueles que nele se perfilam demonstram não só a capacidade de se aguentarem firmes, como apresentam argumentos de uma qualidade invejável para se lançarem à luta na linha da frente. Eu, que os conheço, recomendo ao leitor que os mantenha debaixo de olho. Pela minha parte, só pelo conforto da tão nobre companhia, prometo que dificilmente me arrancam desta cruzada. Imparável, estou certo.
De tempos a tempos a força é chamada para pôr em causa o poder instalado. O consenso reinante, normalmente apodrecido pelo tempo, treme perante a turba muda que ousa, finalmente, soltar um grito de revolta. Perante a força esmagadora da multidão, a resistência torna-se fraca.
Neste país em que o poder está instalado com uma perenidade aparentemente absoluta, sujeito sistematicamente a ordens com uma tendência canhota insuportável, um grupo de inconformados propõe-se sair à rua blogosférica de armas em riste – na mão direita, pois claro – e palavras de ordem na ponta da língua.
A arma de cada um difere da dos restantes; é isso que torna cada um de nós diferente do companheiro que luta a seu lado, ainda que nos seja inevitável fazer rimar todas as nossas vozes. A nossa espada não tem cor, a nossa opinião não tem amarras. Os dados estão lançados e a revolta é irreversível. Estamos prontos!
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