Quarta-feira, 2 de Dezembro de 2009

Praga de Mântua

 

Um galeão passa defronte da Torre de São Vicente de Belém naquele frio Dezembro de 1640. Leva para sempre, da terra onde foi Vice-Rainha, a bela e altiva Margarida de Sabóia, Duquesa Viúva de Mântua. A ambiciosa e impetuosa Senhora há-de ter recordado o dia – precisamente 6 anos antes – em que os seus olhos vislumbraram pela primeira vez aquele baluarte, obra do seu trisavô D. Manuel I. E, naquele olhar derradeiro sobre a cidade e a nação que julgou ser a sua felicidade, há-de ter murmurado um lamento, uma maldição, uma praga:

 

“ - Agora que a tua bandeira se iça e, independente e soberana, festejas a rejeição da Nossa protecção, governo e Império, chegará o dia em que, neste preciso lugar, comemorarás a tua rendição com iguais fogos de vitória. Da tua actual arrogância nada sobrará, só o baluarte dos meus avós permanecerá!

 

Acometidos que fomos - no dia da celebração da Independência e Restauração da Coroa e Independência Portuguesas - pelas celebrações de um tratado imposto e ratificado às esconsas, que retira ainda mais parcelas de soberania aos Estados envolvidos (Portugal incluído), cujo maior feito é a consagração do império das potências sobre as outras nações europeias, erguendo um mundo precisamente inverso ao de Dezembro de 1640, só me ocorre o célebre ditado (em castelhano, pois então!) “Yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay".

publicado por Luís Miguel Pistola às 07:55
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Terça-feira, 1 de Dezembro de 2009

Dar o golpe

golpe

 s. m.

1. Ferida, corte, incisão (com instrumento cortante).

2. Pancada, contusão (com instrumento contundente).

3. Gole, trago.

4. Líquido que sai de uma vez pelo gargalo da vasilha.

5. Fig. Desgraça; sucesso infausto.

6. Cópia, quantidade.

7. Gal. Rasgo, acto!, lance, ímpeto, crise.

de golpe: de chofre.

golpe de Estado: acção! de uma autoridade que viola as formas constitucionais; conquista do poder político por meios ilegais.

golpe de morte: pancada ou ferimento que mata subitamente.

golpe de preto: o mesmo que golpe de morte.

 

estado

s. m.

1. Modo actual! de ser (de pessoa ou coisa).

2. Modo geral; condição, disposição, situação, posição, circunstâncias em que se está e se permanece.

3. Maneira de ser que a matéria apresenta, conforme a coesão das suas moléculas.

4. Posição social.

5. Circunstâncias especiais em que se exerce a profissão ou modo de vida habitual.

6. Nação considerada como entidade que tem governo e administração particulares.

7. Representação de cada uma das três classes (nobreza, clero e povo), nas cortes do regime antigo.

8. Nas repúblicas federativas, dá-se o nome de estado a cada uma das grandes divisões territoriais que constituem a nação.

9. Governo político do povo constituído em nação.

10. Domínio, terras.

11. Ostentação.

12. Séquito.

13. Por ext. Suspensão das leis ordinárias de um país, e sua sujeição temporária a regime militar especial.

14. Prevenção armada com receio de revolta.

 

dar estado: casar; dar modo de vida.

estado civil: existência e condições da existência do indivíduo perante a lei civil.

estado de sítio: situação de uma praça, fortaleza ou povoação, cercada pelo inimigo.

estado interessante: gravidez.

homem de Estado: estadista.

tomar estado: casar-se.

 

in: Dicionário Priberam de Língua Portuguesa

 

 

Um golpe de estado é sempre uma mudança súbita de posição. Um arrebatamento, um ímpeto que muda a situação, que muda – para sempre, ou não – o modo das coisas serem. O modo de se apresentarem. O modo de se configurarem. É uma mudança de paradigma. Uma mudança que vira o mundo ao contrário – que põe o céu na terra e a terra no céu. A sua eficácia depende da rapidez e alcance com que consegue impor-se. E depois, da rapidez e alcance que a reacção tenha ao seu advento.

 

Trata-se, pois, de dar o golpe. De abrir caminho à força, mudando o estado das coisas, ou melhor, o estado a que as coisas chegaram. De certo modo o que se pretende é cortar a direito. É atacar os fundamentos e a hegemonia do pensamento único socialista em que vivemos, e dar-lhe o golpe. Não nos enganemos: o trabalho é hercúleo. Trinta e cinco anos de doutrinação (pelo menos, e para começar a golpear) e inculcamento produziram uma sociedade apática, estagnada, indolente e estatizada. A “opinião pública” e a “sociedade civil”, forças motrizes das democracias, estão em Portugal reduzidas aos comentadores de serviço e às ONG’s-não-tanto-ONG’s- quanto-isso. Urge romper com isso. Urge golpear as amarras e as mordaças do “politicamente correcto” e caminhar mais livre. Daí que me tenha juntado a estes golpistas. Para aumentar a liberdade precisamente naquele que já vai sendo um dos maiores espaços de combate pela mesma – o mundo virtual.

 

Companheiros, aqui me apresento. Que comecem os golpes!

publicado por Luís Miguel Pistola às 05:39
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